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5 formas de lidares com a culpa que (não) carregas

Queridas mães e mulheres, este texto foi escrito com uma intenção clara: que suavizes a culpa que carregas em ti. Sabemos que a maioria das mães carregam uma enorme culpa, eu diria mesmo que grande parte de nós carrega muita culpa. É uma questão profundamente enraizada, pela cultura, religião e educação.

Existem alguns mitos que te levam a sentir culpa. Por exemplo, quando achas que:

  • Deves ser Perfeita

O mito de que achas que deves ser perfeita para os teus filhos, para o teu companheiro e para todos. Assim que és mãe, és colocada numa competição em que só és considerada boa mãe se o teu filho for espectacular, tiver uma saúde 10 estrelas, estiver no quadro de honra, apenas bolinhas verdes no comportamento, for o mais popular, todos o elogiam. Não importa o quanto exaustas estás.

  • Deves ser uma fonte interrupta de alimento e de cuidado

Quando achas que deves ser uma fonte ininterrupta de alimento e de cuidado, quando achas que só tu podes dar aquilo que os teus filhos precisam.É muito normal, nos primeiros anos que estás amamentar, veres a tua vida centrada num bebé. Só que esta dependência acaba por se estender ao longo dos anos e abraçar todas as tarefas que existem.

  • Não te devias zangar

Quando achas que não te devias zangar, que não devias ter gritado, que não devias ter dado uma palmada, que não devias ter falado daquela forma.

  • Devias saber tudo!

Quando achas que devias saber tudo, mas mesmo tudo sobre gravidez, maternidade e parentalidade. Devias nascer com o grau máximo após doutoramento sobre como educar uma criança, assim ela nunca iria sofrer, nunca ia ser diagnosticada com uma doença, nunca teria que passar por bullying. Posso-te dizer que a culpa atravessa gerações e gerações. E é muito fácil fazer as crianças sentirem-se culpadas, basta apontar para aquilo que achamos que é “mau comportamento”.

Será que é daí que vem o nosso sentimento de culpa?
De quando éramos pequeninas e faziam-nos sentir tão mal, mas tão mal, que até doía?Infelizmente, a culpa não anda sozinha. Ela carrega outros sentimentos de tristeza, raiva, frustração e anda de mãos dadas com a vergonha. Quem nunca sentiu culpa e vergonha em simultâneo?

 

O que podes fazer e que te vai ajudar a suavizar essa culpa que carregas

  • Diminuíres o julgamento que existe entre o que está acontecer e o que gostarias que acontecesse, pois isso gera stress, que leva a ansiedade e coloca a culpa no topo
  • Identificares que crenças tens sobre o teu papel de mãe, de mulher e respeita os teus limites, ajusta-te. As expectativas e as comparações só te servem para sentires culpada;
  • Pedires ajuda. Reconheceres-te como a mãe im(perfeita), a mãe que cuida q.b., a mãe que está 90% presente, a mãe que precisa de ajuda para educar e para ter tempo para si;
  • Reconhece as tuas necessidades como mulher e encontra formas de lhes dares resposta. Só assim consegues estar mais presente para os teus filhos e para o teu companheiro;
  • Aceita-te tal como és. Aceita que não tens todo o conhecimento, que estás aprender, que tens muita curiosidade sobre a vida.
    Mesmo quando alguém te dá uma opinião sobre a forma como educas, ela só tem como referencia a sua experiência, que pode não ser aplicada a tua situação.
    Uma opinião é apenas uma opinião que tem o poder que lhe atribuirmos;
  • Recebe a culpa quando ela te visita, quando mais resistes à culpa, quando mais tentares livrar-te dela, mais ela fica contigo.

Nota final (muito importante):

E muito importante, consegues perdoar-te? Consegues perdoar-te quando não estás presente?
Consegues perdoar-te quando deixas o teu filho na creche ou em casa com a ama a chorar?
Consegues perdoar-te quando não estás a dar a resposta que os teus filhos querem?
Consegues perdoar-te porque estás tão cansada, tão exausta, que só te apetece estar no sofá?
Consegues perdoar-te por teres pensamentos de que não queres estar com os teus filhos?Espero que sim! Não existem receitas e varinhas mágicas que nos libertem da culpa. Há sim o lidar com a culpa quando ela aparece, olhar para ela com muita curiosidade e dizer “OK, ainda bem que estás aí para me lembrares que sou tão humana”! Pelo menos é isto que digo a mim própria. Há dias que ajuda muito.Um abraço!

 Artigo inicialmente publicado em Rebento

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